quarta-feira, 27 de julho de 2016

Animais


Porcos! Nojentos e sujos!

Cães!

É a lei do mais forte!

Fazemos de conta que somos amigos.

Então, vou morder seu tornozelo!

Quando você menos esperar.

Enfiar uma faca em suas costas!

Porcos! Nojentos e sujos!

Cães de guerra!

Não há como me parar!

Todos nós temos um lado negro!

O lado escuro da lua!

Fique esperto na rua!

Se você bobear, eu vou te pegar!

Vou te adular, bajular!

E então vou enfiar uma faca em suas costas!

Porcos, nojentos e sujos!

Você é uma ovelha!

Somente uma ovelha!

Eu sou o lobo!

Louco!

Porco, nojento e sujo!

Você não escapa!

Um dia desses, ao vento!

(Pessoal, não vou mais fazer a sessão de poesias da sexta-feira. Estava escrevendo apenas para postar e não estava gostando dos resultados. Então, quando tiver alguma coisa que eu ache legal, vou colocar às quartas mesmo. E aí, gostaram dessa? Sacaram a inspiração? Outro recado: lancei um canal do blog no YouTube no último sábado. O vídeo fala sobre a série Stranger Things da Netflix. Podem ver sem medo, não tem Spoilers.  Ainda meio travado, meio de improviso, mas acessem e se inscrevam lá! Deixem um "joinha" e um alô nos comentários! Segue o link do Manifesto Nerd: https://www.youtube.com/watch?v=VLink8gdyj8)




quarta-feira, 20 de julho de 2016

O Casarão - parte 2


Soraia subiu as escadas do antigo casarão com duas bolsas cheias de equipamentos penduradas nos braços e mais duas câmeras com as correias enroladas no pescoço. Até que não tinha sido tão ruim entrar na casa quanto parecera quando estavam do outro lado da rua. Havia sim algo de sinistro com o velho casarão, mas aquilo devia ser apenas fruto das histórias que ela havia escutado sobre o local.

Não sendo uma nativa da cidade, Soraia soube das lendas apenas poucos dias atrás, quando o namorado pediu se ela não poderia substituir o outro assistente do Professor Rodolfo Freitas. O rapaz havia quebrado o pé, ao escorregar na escadaria defronte à Biblioteca Municipal, justamente após fazer algumas pesquisas sobre a mansão abandonada. Soraia topou, achando graça no tipo de pesquisa feita pelo professor e sem dar tanta credibilidade às histórias do local. Foi só após ter diversos pesadelos com a casa, que passou a ter certo receio.

No topo das escadas, Soraia encontrou a porta do banheiro onde o professor queria instalar aqueles equipamentos. Entrou e começou a posicionar os medidores de campos eletromagnéticos, microfones e câmeras.

Após alguns minutos no cômodo, reparou que a pia estava pingando. Gota após gota, vagarosamente. No silêncio quase sepulcral da casa, o som das gotas caindo na água suja acumulada no ralo entupido, começou a incomodá-la.  Apertando a torneira velha e enferrujada, as gotas pararam de cair. Soraia continuou a instalar os equipamentos.

Concentrada na colocação de uma câmera no canto superior do teto, sobre um pequeno banquinho dobrável que ela havia subido juntamente com o restante do equipamento, Soraia quase caiu com o susto que levou. A torneira voltou a pingar de repente. Ela riu de si mesma, mas no fundo o riso era para aliviar a tensão. Havia algo de sinistro com o velho casarão e a sensação de Soraia sobre isso estava aumentando. Apertou novamente a torneira.

Ao se virar, novas gotas caíram. A velocidade delas aumentava. Pingando cada vez mais rápido. Cada vez mais rápido. Os ombros de Soraia seriam um indicativo para qualquer observador de que agora ela estava extremamente tensa. Tentou apertar novamente a torneira. Mas as gotas não paravam. Os pingos caiam cada vez mais rápido. Cada vez mais rápido.

O barulho das gotas caindo na água podre e parada, acumulada no ralo entupido, parecia incomodar cada vez mais. Seus ouvidos começaram a doer a cada pingo. O fluxo aumentou mais e Soraia tirou as mãos da velha torneira enferrujada e as levou aos ouvidos. Tentava fazer o som diminuir. Mas o som das gotas parecia estar diretamente em sua cabeça. Cada vez mais rápido. Cada vez mais alto.

Então Soraia ouviu o próprio grito de horror, quando a porta do banheiro bateu sozinha.
(Demorei, mas postei! Segunda parte do texto de 06/07! E ainda vai ter mais sobre o velho casarão! Aguardem! Galera, hoje gravei o primeiro vídeo do Manifesto Irracional para o YouTube. Em breve vou colocar no ar. Ainda sem muita edição, no improviso, mas com o peito aberto para trocar mais ideias com vocês de um jeito diferente. Valeu!)

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Impressões - A Velha Casa na Colina (Fábio M. Barreto)


É preciso ter muita coragem para transitar por um tema já explorado à exaustão por muitos autores. São várias as histórias sobre casas assombradas na literatura e no cinema. Entre elas temos O Iluminado, A Casa Negra, 1408 (só para citar algumas do mestre Stephen King), Poltergeist, A Mulher de Preto, Horror em Amytiville, Os Outros.

No conto “A Velha Casa na Colina”, Fábio M. Barreto não só tem essa coragem, como escreve uma clássica história de horror com muita competência. Poderia até mesmo ter escrito um romance.

Já nas primeiras linhas, o autor nos transporta para nossa própria infância, ao colocar dois amigos brincando e se desafiando a encarar a casa mal-assombrada da pequena cidade de Pedraskaen. Quem é que não viveu histórias semelhantes quando criança, com alguma casa velha e abandonada no bairro em que morava?

É nesse ponto que um evento inesperado muda para sempre a vida do protagonista!

 A história então se desenvolve e flui muito naturalmente. E nos leva a uma pergunta: será que os fantasmas que assombram a casa e o protagonista são reais?

Levei cerca de uma hora na leitura, mas gostaria de passar dias nos aposentos da velha casa na colina de Pedraskaen. O conto também serve como um ótimo dever de casa para quem está tentando exercer a arte da escrita.

“A Velha Casa na Colina”, de Fábio M. Barreto está disponível na Amazon por R$ 1,99.
(A semana foi corrida, então não terminei o conto da última quarta. Peço desculpas aos leitores assíduos! Mas prometo me esforçar para termina-lo para a próxima semana. Hoje vou de dica de leitura. Muito legal o conto! E já li também o livro dele "Filhos do Fim do Mundo". Outra recomendação, vou ver se consigo reler e deixar também minhas impressões um dia desses. Quem quiser conhecer um pouco mais sobre o Fábio e sobre o mundo dos escritores seguem algumas das minhas inspirações: o site www.fabiombarreto.com e o Podcast Gente que Escreve)

sexta-feira, 8 de julho de 2016


Brincadeira de criança
Sonhos em uma ciranda
Vamos todos “criançar”
Vamos dar a meia volta
Ainda há esperança!




quarta-feira, 6 de julho de 2016

O casarão



Muitos juram que ainda hoje é possível ouvir os gritos. O velho casarão já teve vários donos ao longo dos últimos 100 anos. Nenhum deles conseguiu sequer terminar as reformas começadas. Os que tentaram se mudar para lá, ficaram poucos dias. Aqueles que permaneceram na casa por mais de 15 dias, insistindo que eram apenas fenômenos naturais, morreram solitários, internados no Hospital Psiquiátrico Caibar Schutel.
Ninguém sabe a história verdadeira daquele casarão. Muitas são as versões. O que eu descobri, após pesquisar documentos antigos de propriedade, jornais da época e algumas gravações de áudio e vídeo feitas no local é que um assassinato macabro ocorreu no local.
Pude sentir a energia que emanava da casa há cerca de uma quadra de distância. O medidor de campos eletromagnéticos oscilava cada vez mais a cada passo que eu dava em direção ao local. Não ouvi os gritos que muitos juram ouvir. O silêncio era absoluto. Nem grilos, nem morcegos. Nem mesmo o vento fazia-se ouvir naquela quadra. Todos os ruídos distantes da cidade sumiram quando pisei na calçada defronte ao portão enferrujado do velho casarão.
Meu assistente e sua namorada, que também foi para nos ajudar a implantar os equipamentos de áudio e vídeo, hesitaram do outro lado da rua. Mas tomaram coragem e me seguiram quando cruzei os limites do terreno, empurrando o portão. Tive que fazer um esforço tremendo para abri-lo, mas apesar disso o portão cedeu sem fazer ruído.
O que aconteceu nos cinco dias que passamos lá dentro, conto para vocês na semana que vem!
(Galera, desculpem a sacanagem! Mas vai começar o jogo do tricolor do meu coração na Libertadores! Vou retomar esse texto na próxima quarta-feira. Do mesmo jeito que o texto que deve gerar meu primeiro romance – publicado há duas semanas – a história desse casarão estou “baseando” em outra lenda local aqui da minha cidade. E não são as duas únicas histórias “sobrenaturais” que temos em Araraquara. Acho que dá samba compilar e romancear algumas delas. Agora “bora” pro jogo! Vamos São Paulo!)


sexta-feira, 1 de julho de 2016

Capitalizando o Inicial

Eu sou um passageiro
Cego para assuntos banais
Se eu for ligar pro que é que vão falar não faço nada
Todas as noites são iguais
Eu já não sinto nada sou todo torpor
Eu não vou pro inferno
Eu não consigo mais me concentrar
Cercado por todos os lados
Entre quatro paredes
Esperando uma intervenção divina
Procurando independência
Estou perdido, sei que estou
Rodando pelos subúrbios escuros
Sob um leve desespero
Qualquer balaco ilegal ou proibido
Num canto escuro
Perdendo meu tempo a noite inteira
Eu não vou pro céu também
O poder de dominar é tentador
Não tenho nada a não ser as paredes
Pequenos goles de solidão
Vão falar que você usa drogas e diz coisas sem sentido
Eu vou tentar alguma coisa para melhorar
Que me leve, que me leva daqui
Um passo sem pensar
E a companhia dos que caem na rede
Num canto escuro pequenos goles de solidão
Cercado por todos os lados

(Essa é das antigas! Só fui misturando várias frases de músicas do Capital Inicial sem pensar. Não é que no final fez algum sentido! Ou será que não?)