sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Impressões - The Hateful Eigth

The Hateful Eigth

Tarantino sendo Tarantino! Ame ou odeie! Eu simplesmente adorei.
Talvez o melhor filme de toda a carreira de Quentin Tarantino. O cara sabe contar uma história como ninguém. Roteiro muito bem amarrado. O filme é dividido em capítulos e é como se estivéssemos “vendo um livro”.

O elenco é recheado de nomes de peso com Kurt Russel, Michel Madsen, Tim Roth e Samuel “Modafoca” L. Jackson (sócios de carteirinha na filmografia de Tarantino). Traz também Bruce Dern e um surpreendente Channing Tatum, além de reacender a chama de Jennifer Jason Leigh, que pelo menos na minha memória recente não estava aparecendo muito nas películas de Hollywood. Todos, sem exceção, incluindo o restante do elenco que não citei, tiveram ótimas atuações.
A fotografia do filme é fantástica, trazendo muito dos westerns antigos. Planos amplos, com uma paisagem belíssima, a neve trazendo uma iluminação quase que natural para dentro do cinema. Tanto nas tomadas externas como nas tomadas internas e mais fechadas, a utilização da Ultra Panavision 70 (tipo de câmera muito utilizado entre nos anos 50 e 60), trouxe uma riqueza impressionante para as cenas.

A trilha sonora também é muito boa e foi composta por ninguém menos que o ícone do gênero western Enio Morricone.  

Como eu disse no início do texto, ame ou odeie! O nome do filme parece até mesmo uma brincadeira dele com isso. É o seu oitavo filme - “Os oito odiados”! Deu pra ouvir gente falando que o filme era chato durante a sessão e acho que teve uns dois ou três que saíram no meio da exibição. Chatos são esses que não compreendem os grandes trabalhos do Tarantino. The Hateful Eigth pode ter um ritmo mais lento que os outros filmes de Tarantino, mas é tenso do início ao fim. Queria saber o que ia acontecer, quem era quem, qual dos personagens era o bandido e qual era o mocinho! Me senti vendo um “Cães de Aluguel” no velho oeste. Há várias referências também á clássicos do gênero e também cenas que remetem a outros filmes dele mesmo. Em uma cena e que Samuel L. Jackson está em pé ao lado de outra personagem segurando armas, lembrei dele ao lado de John Travolta em uma cena de Pulp Fiction.

A história é simples e bem amarrada como já disse anteriormente, mas essa simplicidade é apenas superficial, pois o filme faz um paralelo muito interessante entre os personagens e a colonização americana. Há o negro, que luta contra o preconceito e desconfiança de todos; o coronel branco e racista ao extremo; o inglês colonizador; a mulher que é maltratada do início ao fim; o xerife representando a justiça que não é tão justa assim, sendo até mesmo burro e idiota. E acredito que essa visão crítica caracterizada pelas personagens se mantém nos dias de hoje na sociedade americana.
Se ainda não viu, não perca!

(Estou pensando em um canal de vídeos no You Tube. Esse texto nasceu de uma gravação no celular falando sozinho que achei muito legal. Como ainda sou um "zero a esquerda" com relação à edição e acho que vai demorar um pouco pra ficar pronto, transcrevi o texto com um pouco mais de seriedade para postar aqui no blog - espero que gostem e se puderem me sigam no twitter @educabrini)

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